Marcelo Sebastião e Railda Masson na Feira Literária Internacional de Maringá (FLIM). Centro De ação culturak – CAC em Maringá, Paraná – Brasil. No stand que representava Angola na feira.
Marcelo Sebastião e o legado deixado pelo 1º Presidente de Angola Agostinho Neto.
Redação Le Afrique Brasil
Um legado que é um patrimônio não só do povo angolano, como da humanidade também. São histórias que se cruzam dentro de uma temática social e humana. A trajetória de vida do 1º Presidente de Angola Dr. Antônio Agostinho Neto atravessa fronteiras até hoje, levando os seus pensamentos e ações as futuras gerações. E o seu Memorial é um pedaço desta história que permanece viva em Angola. Pelas mãos do investigador angolano Marcelo Sebastião, que é mestre em Literaturas em Língua Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto e docente universitário. O docente Marcelo Sebastião revelou que quando passou a assumir a chefia do departamento de Apoio à Investigação do Memorial Dr. António Agostinho Neto aproveitou a possibilidade para estudar a narrativa autobiográfica assente na teoria de Philippe Lejeune, Béatrice Didier e outros estudiosos deste gênero narrativo como Clara Rocha, Paula Morão. Deste conhecimento tem encontrado facilidade para elaborar artigos para publicar em revistas e comunicações para apresentar em palestras, colóquios, mesas-redondas, tertúlias e conferências, bem como tem em curso a coleta ou registo de toda a literatura autobiográfica que retrata o percurso epopeico do nacionalismo moderno angolano do século XX.
“Investigar a vida e obra do primeiro Presidente de Angola, Dr. Antônio Agostinho Neto levou me a gostar da literatura autobiográfica”.
Marcelo Sebastião
Marcelo nos apresenta Angola em um outro ponto de vista, através das suas vivências pessoais. Ele nos relata de forma clara, como é estar e viver em Angola. Ele, diz: “Angola é um país plurilinguístico e Multicultural, abençoado com abundante recursos minerais e cheia de beleza natural. Luanda é a cidade com maior aglomerado populacional nos dias úteis o trânsito frenético da cidade expressa a vontade dos angolanos transformar o país”. Com uma rotina que começa Antes das 8h00 da manhã, Marcelo Sebastião faz a estrada para chegar ao local de trabalho, Memorial Dr. Antônio Agostinho Neto, situada na Nova Marginal de Luanda. Onde ele Coordena uma equipe de trabalho afeto ao departamento de Apoio à Investigação composto por uma Biblioteca/Videoteca e o Centro de Documentação e Informação. Diante das condições proporcionadas investigar a vida e obra do primeiro Presidente de Angola, Dr. Antônio Agostinho Neto, virou uma rotina incontornável “levou-me a gostar de conhecer a literatura angolana protagonizada por uma plêiade de intelectuais da Geração Mensagem (1950-1953). Todos de mãos cheias de pena voltados a retratar a opressão colonial e exaltar a distinta cultura angolana abafada pelo sistema ideológico colonial”. Como ele mesmo diz; O século XX é uma fonte inspiradora das correntes da literatura angolana dos anos 50 a 70 em que se acentua os traços característico de uma nova literatura enraizada na cultura dos povos. Todo o registo do percurso epopeico do nacionalismo moderno angolano que resultou no espoletar da guerra contra o colonialismo português até a proclamação da independência nacional a 11 de Novembro de 1975, encontra-se na geração de artistas e homens de cultura constituída por mentores, teóricos, políticos nacionalistas, escritores e poetas da luta de libertação.
Artigo escrito por Marcelo Sebastião
A fertilidade de produção literária da Geração da Mensagem, Geração da Cultura e Geração de Guerrilha promana da realidade social, cultural e da aspiração mais profunda e premente das populações oprimidas pelo colonizador. Ele nos revela que nos anos de 1940 a 1980 o período do nacionalismo moderno angolano tem contribuído com uma considerável quantidade de produção literária fascinante que continua a prender a atenção do também docente universitário. Esta literatura chama-se “literatura autobiográfica que enforma uma disciplina a não marginalizar”. Para ele a literatura autobiográfica compreende autobiografias, as biografias, memórias, diários, epistolografias ou cartas, confissões e testemunhos”. Marcelo Sebastião pelo seu contato com a literatura autobiográfica angolana reconhece que alguns escritores nacionalistas angolanos recorreram à narrativa autobiográfica para memorar a trajetória da luta libertação contra a ocupação colonial. Hoje a literatura autobiográfica é um fato em Angola, um contributo indiscutível para uma historiografia literária nacionalista angolana, Finaliza.
O lado místico e oculto da história de vida do Dr. Antônio Agostinho Neto.
Existem milhões de histórias que permeiam as mentes humanas. E a presença de um ser místico na vida de uma pessoa tão importante para a sua nação. Levanta várias hipóteses, narrativas e muita imaginação cultivada pela curiosidade além daquilo que existe no oculto. Por mais que possamos ir em buscas de provas, também podemos nos esbarrar diante da nossa falta de crença, ou seja, dentro da existência humana existe em só, acreditar no que os seus olhos veem, e não naquilo que existe e faz parte de um mistério atrelado a vida pessoal, íntima e espiritual daqueles que tem acesso a este mistério, e pode certamente usufruir deste contato em benefício próprio, ou até em prol da sua nação. Vivemos num momento crucial dentro da história da humanidade. Onde a espiritualidade oculta está cada vez mais perto, de se revelar. O véu deste mistério em breve cairá por terra. E aquilo que um dia foi visto como fantasia, poderá se tornar uma realidade diante dos olhos dos incrédulos que nutrem a falta da capacidade humana e espiritual de aceitar que existe um mistério oculto e que faz parte da construção humana. E este mistério é exatamente uma parte deste processo de investigação e pesquisa que está presente no trabalho de Marcelo Sebastião. Ao descrever a experiência como investigador ele nos revela, uma das suas maiores preocupações é estudar a literatura angolana cuja temática cinge-se no imaginário cultural para entender o lugar de “Kilamba” (pseudónimo de guerra de Agostinho Neto) no universo mítico-religioso angolano. Além disso, reconhece que a vida e obra de Agostinho Neto é tão extensa pelo facto de constituir-se um objeto ou sujeito de estudo multifacetado, pois Agostinho Neto foi médico, poeta, orador inato, político, homem de cultura e diplomata estratégico com forte presença na inspiração das novas gerações.
(Texto escrito pela escritora e Editora Chefe Eliana Oliveira).
O que vem a ser as Kiandas?
Em Angola, o culto às ianda (plural de Kianda, divindade do mar) sempre existiu, secretamente, mesmo apôs a colonização, sendo uma prova de resistência do imaginário mítico africano. Kianda, embora deusa do mar, também está na terra. O embondeiro é sua árvore predileta, assim como outras árvores, como a mafumeira que aparece no texto de Pepetela. Os embondeiros conhecemos como os Baobás, já a mafumeira por ser uma planta nativa da África Ocidental podemos encontrar ela, aqui no Brasil no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, seu nome cientifico Celba pentandra.
Fotografia autor desconhecido – As bessanganas entregando oferendas a Kianda na ilha do Cabo.
Este legado deixado pelo Dr. Antônio Agostinho Neto trazendo luz e muitas informações relevantes para os angolanos. Tudo porque, devido a existência da criação do Memorial Dr. António Agostinho Neto que é um instituto público que tem como objetivo preservar, perpetuar, investigar e divulgar a vida e a obra do primeiro Presidente angolano junto a promoção da formação artístico-cultural. Também tem a revista Memorial – Investigação, arte e cultura onde tem difundido estudos sobre a figura de Agostinho Neto – símbolo do nacionalismo angolano e poeta-maior que é um patrimônio da África.
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