A cantora Vivi Makado da Costa do Marfim, levando sua música para o mundo.

A cantora Vivi Makado da Costa do Marfim, levando sua música para o mundo.

Por Serge Félix N’N’Piénikoua

Entrevista feita com exclusividade da Afrique Destinations para a Magazine Le Afrique Style Brazil parceiros de comunicação e mídia no Continente africano.

Uma mulher capaz de rasgar a voz, com garra, e levar toda a sua ancestralidade africana junto com a sua música. Ela é Vivi Makado uma cantora única que traduz, na sua musicalidade todas as raízes africanas. Um show de misturas, batidas, e letras que se entrelaçam na sua imagem de mulher africana. Se a áfrica fosse ter uma voz, a sua voz com certeza seria a de Vivi Makado. Texto da Redação Le Afrique Brazil.

“Podemos ver muitos estilos musicais surgindo, como esse que criei…” Vivi makado.

Vivi Makado é uma artista, cantora e musicista percussionista da Costa do Marfim, mais precisamente da vila de Gbatta localizada no oeste, na região de Tonkpi. Através da sua música, ela conseguiu combinar modernismo e tradição para criar uma música de fusão bastante original. E é isso que torna sua marca registrada.

M – Em primeiro lugar, para começar esta entrevista, quem é Vivi Makado para o público ou para os nossos leitores?

V M: Vivi Makado é uma mulher cativante, uma artista, cantora e musicista que está deixando sua marca. Sou originária da Costa do Marfim, mais precisamente, do oeste do país, da região das 18 montanhas.

Como você entrou na música?

Pelo amor à música.

Desde que você se lembra, houve alguma coisa que o predestinou a se tornar um artista-músico?

Filho de músicos tradicionais, pai e mãe cantores, já tinha o DNA da música. Cresci no meio musical, frequentando corais. Depois, cantei em piano-bares, orquestras, nomeadamente na RTI (Radio Télévision Ivoirienne) e, depois de inúmeras colaborações com grandes artistas, ingressei no grupo feminino Bella Mondo em 2012.

Vivi Makado tem a particularidade de não só cantar, mas também ser percussionista. De onde vem essa paixão pela percussão?

Mesmo quando eu era pequena, ficava impressionada com a percussão tradicional de Dan. Meu pai tocava com sua banda e eu aprendi a amar muito esse instrumento sem ousar praticá-lo. À medida que a minha carreira avançava, senti a necessidade de associar este instrumento que é parte integrante da música de Dan. Foi também uma forma, ao reapropriar-me de um instrumento geralmente associado aos homens, de alinhar a minha paixão com as minhas convicções feministas. Seguindo esta ideia, ao introduzir o vento, ferramenta utilizada na colheita do arroz, para torná-lo um instrumento, afirmo o meu empenho e a minha originalidade como músico.

O tipo de música que você faz pode ser descrito como uma fusão entre modernismo e tradição. Existe outra explicação para esta escolha além da necessidade de explorar mundos diferentes e apresentar a música tradicional da Costa do Marfim?

A razão que me impulsionou foi que queria trazer o meu contributo, a minha pedra para a construção do que já é a cultura musical marfinense, bem como uma nova visão, outra luz sobre a minha região, o meu país e o meu continente.

Como artista, quantos álbuns você tem em seu crédito até o momento e o que você pode nos dizer sobre eles?

Lancei um álbum em 2020 chamado Ayiyalo, que significa “chegou a hora”. Escolhi este título porque senti que era hora de seguir carreira solo e assim perseguir minha aspiração de destacar minha cultura Dan, mas também as culturas africanas em geral. Este álbum é composto por oito faixas originais para as quais escrevi as letras. Depois, a música nasceu de trocas entre os músicos e eu. Os acordos são assinados pelo Sr. Abou Bassa e Cyril Bokobri. Em 2023 lancei um single independente do álbum, Minha bela região, no qual destaco a beleza dos pontos turísticos, a gastronomia, o artesanato têxtil e as danças e costumes da minha região. Este título contou com arranjos do Sr. Koné Fontaly e foi gravado no Studio Trompette. Foi um grande sucesso não só junto do público marfinense, mas também junto dos estrangeiros. O clipe também incentivou muitos turistas a virem descobrir a região das 18 montanhas por si próprios.

A seu ver, como avalia a evolução da música na Costa do Marfim, particularmente nos últimos anos?

Nos últimos anos, tenho visto uma clara evolução na música da Costa do Marfim, que exporta com sucesso a nível internacional. E isto, mesmo que ainda haja progressos a fazer. Podemos ver surgir muitos estilos musicais, como o que criei, Dan fusion chamado Tématé Jazz, ou codijazz e outros que dão uma imagem diferente da música marfinense, explorando outros horizontes que não o zouglou ou o coupé-décalé e o ivory rap.

Poderíamos saber quais são os projetos atuais de Vivi Makado?

Tenho vários projetos em preparação. Além de participar de festivais, estou trabalhando no meu segundo álbum e preparando um grande show para dezembro de 2024. Porém, não quero revelar muito sobre esse show, que ficará por enquanto uma surpresa. Criei também uma associação, Arts Tourisme Éducation, com a qual luto contra a violência sexista e sexual, a mutilação genital cometida em raparigas e todas as formas de abuso contra crianças. Toda criança tem direito à educação e à escola. Através da associação, destaco também os diferentes locais turísticos da Costa do Marfim.

O que você diria às jovens que ficariam tentadas a se lançar na profissão de artistas-músicos, mas que ainda hesitam em arriscar?

Vou simplesmente dizer-lhes para irem em frente se estiverem realmente apaixonados, porque não será fácil, mas é possível se você estiver comprometido e organizado. Deveis saber também que é um verdadeiro sacerdócio, que representa muito trabalho e sacrifícios. Gostaria também de ressaltar que ser mulher artista é respeitar a si mesma e não é preciso apenas saber se afirmar e ser reconhecida pelo seu talento.

Se tivesses uma mensagem para enviar ao público e em particular aos teus fãs, mas também a quem ainda não te conhece, o que dirias?

Quero agradecer aos meus fãs que me apoiaram desde o início. Aos que ainda não me conhecem, convido-os a entrar na minha ponte de vinhas, visitando as páginas das minhas diversas redes e plataformas legais de download para que possam descobrir o meu universo musical.

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